Rum e Cachaça, diferenças e semelhanças

Ambos, o caribenho RUM e a brasileira CACHAÇA são destilados alcoólicos da mesma matéria-prima: a cana-de-açúcar, mas apesar desse elemento em comum, existem diferenças na sua produção, nas suas origens e também nas suas propriedades sensoriais. Aqui no Gastrofocal, explicaremos:

Antes de tudo, é preciso saber que o nome "CACHAÇA" está protegido por lei e a sua produção está restrita ao Brasil. De acordo com a legislação brasileira, o Decreto 6871/2009, art. 53, cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38% a 48% em volume, a 20°C, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6 gramas por litro.

Sendo, aguardente a nomenclatura dada para bebidas feitas a partir da fermentação de vegetais em geral. Ou seja, toda cachaça é aguardente (aguardente de cana), mas nem toda aguardente é uma cachaça. Existe, por exemplo, aguardente de banana, de laranja, de uva, etc.

Fora as semelhanças, o RUM se difere principalmente em seu processo de produção, ao contrário da CACHAÇA, historicamente, feita com o suco fresco da cana-de-açúcar, a chamada garapa, o rum é feito com o caldo cozido da cana, o melaço – um subproduto do processo de produção do açúcar. Além de também apresentar um teor alcoólico maior 35% a 54% em volume, a 20°C, que ultrapassa a graduação preconizada para a cachaça.

De acordo com alguns estudos, essa diferença no processo resulta em uma composição química própria, que diferencia os destilados e traz distintas propriedades sensoriais – ao cozinhar o caldo da cana, as substâncias presentes no produto, como os ésteres, os aldeídos e o álcool superior são alterados, modificando o sabor final da bebida, por exemplo.

O rum ou a cachaça puros são deliciosos, mas suas combinações com outros alimentos e seu uso como fundamento para vários drinks e coquetéis que explicam boa parte de sua popularidade e importância! Um brinde aos destilados!

Referência:

McGEE, H. Comida e cozinha: ciência e cultura da culinária. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2014. 977 p.