Bacalhau Não é Peixe, é um Processo!
Sim, isso mesmo!
Por mais que seja estranho dizer isso, a verdade é que o bacalhau não é um peixe, e sim um processo. O bacalhau pode vir de vários peixes, desde que seja feito um processo de transformação com eles.
Para se obter um bacalhau, existe um processo que é resultante da salga e secura de alguns peixes específicos, e que irão originar o bacalhau. Existem cinco tipos de peixes salgados e secos no mercado brasileiro, importados da Noruega e de outros países, mas apenas dois podem tecnicamente receber a denominação "bacalhau" - Atlantic Cod Gadus morhua ou Legítimo Bacalhau do Porto e Pacific Cod Gadus macrocephalus ou Bacalhau do Pacífico (um "clone" do legítimo; o G. macrocephalus é pescado no Pacífico Norte e é muito parecido com o legítimo quando salgado e seco, mas é completamente diferente quando preparado, porque é mais fibroso, não se desmancha em lascas e seu sabor é totalmente diferente. Os demais (Ling, Saithe e Zarbo) devem ser designados na categoria de "peixe salgado seco", mas convenientemente muitas vezes também recebem no comércio a denominação de bacalhau.
Como podemos ver, o bacalhau fresco na teoria não existe, e na prática é apenas um peixe comum, sem o sabor marcante que é resultado da cura e da secagem.
Como podemos ver, o bacalhau fresco na teoria não existe, e na prática é apenas um peixe comum, sem o sabor marcante que é resultado da cura e da secagem.
Mais um pouco sobre cada um dos peixes:
O COD Gadus Morhua é o Legítimo Bacalhau do Porto. É pescado no Atlântico Norte e considerado o mais nobre tipo de bacalhau. Tem coloração palha e uniforme quando salgado e seco; quando cozido, desfaz-se em lascas claras e tenras, de sabor inconfundível e sublime. É o bacalhau recomendado em todos os pratos da cozinha internacional.
COD Gadus Macrocephalus
É um peixe claro e tem sido vendido em muitos pontos de venda, devido à semelhança, como sendo legítimo Porto. Não é fácil diferenciar um do outro: uma das formas é observando bem o rabo e as barbatanas - se tiverem uma espécie de bordado branco nas extremidades, é Macrocephalus. Outra forma é pela coloração: o macro é um peixe bem mais claro (quase branco) que o Legítimo Porto.
Ling
O nome científico deste peixe é Molva molva. Distingue-se dos outros bacalhaus por ser bem mais estreito. Sua carne é mais clara que a do saithe e seu preço também é bastante razoável – por isso, faz bastante sucesso entre os mestres-cucas econômicos.
Saithe
Nome comercial do peixe Pollachius virens. Esse bacalhau tem carne escura e de sabor bastante acentuado. Muito mais barato que o bacalhau do Porto, é bastante popular no Brasil. Como desfia com facilidade, é utilizado principalmente em bolinhos, saladas e ensopados.
Zarbo
Ou, como preferem os cientistas, Brosme brosme. Menor de todos os tipos de bacalhau, o zarbo também tem preço relativamente baixo e muita aceitação no mercado brasileiro. Sua carne não é lá essas coisas, mas não faz feio quando misturada a outros ingredientes.
E para concluir, a famosa frase “nunca vi cabeça de bacalhau” não poderia deixar de ser explicada.
Ela existe, porém é retirada na indústria e salgada como o restante do peixe.
Então, já que agora você detém desse conhecimento, pode afirmar com propriedade que bacalhau não é peixe, é bacalhau! :)
Saudações Gastronômicas, até a próxima!!!
Referências:
OGAWA, M.; MAIA, E. L. Manual de Pesca: Ciência e Tecnologia do Pescado. V. 1 São Paulo: LIVRARIA VARELA LTDA, 1999. 430 p.
Referências:
OGAWA, M.; MAIA, E. L. Manual de Pesca: Ciência e Tecnologia do Pescado. V. 1 São Paulo: LIVRARIA VARELA LTDA, 1999. 430 p.
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